quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

A Paciência

Viva!
Meus caros amigos e minhas caras amigas

Dizem que das sete virtudes a paciência é sem duvida a mais difícil de desenvolver.
Pois bem, sou obrigada à concordar.

Há pessoas que pensam que quando perdemos a paciência, acabou - se tudo, é o fim da linha, mas não, não é assim.  Ela é difícil de resolver sim, mas uma vez resolvida, ela trás - nos benefícios e alguma paz interior.
Quando se perde a paciência, pode - se ler poesia, ouvir a balada preferida, o melhor remédio mesmo é ir apanhar ar , enfim...
A paciência dá - nos capacidade para caminharmos em direção aos nossos objetivos.
Ontem, numa das minhas aventuras por Paris, entrei numa loja para depositar o meu Curriculum vitae e ao longe vi uma senhora toda elegante, em cima do seu salto alto e com a sua mala de mão da marca Gucci, ou sei lá que marca era. Só sei que de longe, aparentava ser uma senhora de classe. Vi - a a falar com um dos funcionários da loja, não percebi o que aconteceu ao certo, mas de repente ouviu - se a voz da senhora ao fundo da loja, estava aos berros com o empregado. Perdeu a paciência, perdeu minutos de amor à si própria.
 Segundo  Pierre Teilhard de Chardon "Não somos seres humanos a passar por experiências espirituais, mas sim seres espirituais a passar por experiências humanas".
É o barulho dos carros, do choro da criança, do toque do telemóvel, a voz do vizinho...tudo incomoda. E a paciência? Essa já -se começa a esgotar!
É possível exercitá-la através de várias formas, por exemplo, quando estamos numa fila de trânsito ( em que que querendo ou não somos obrigados a esperar), no namoro ( se não tiveres paciência com o amado/amada dificilmente as coisas resultam), no trabalho, na própria convivência que temos com a nossa família, existem muitas formas de exercitar a paciência. Uma pessoa sabe que, para se tornar paciente tem que praticá-la muito até alcançar um objectivo com que sempre idealizou.
Eu, por exemplo, considero-me uma pessoa paciente, mas por vezes, como todo o ser humano, perco-a. E quando isso acontece, refujo -me no desporto, que é o grande aliado do stress, oiço musica, cozinho...entre outras coisas que gosto de fazer.

E tu ? Consideras-te uma pessoa paciente? O que fazes quando perdes a paciência?

A paciência mesmo, é uma virtude, e nem todos à conseguem alcançar...Infelizmente!

Margarida Urolis

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Em busca do sonho


 Viva amigos e amigas!!!!

Nesta bela tarde de Dezembro, em que o vento teima em soprar com alguma força lá fora, eu quero - vos falar sobre o meu sonho! Tenho a licenciatura em Jornalismo, mas por não estar a exercer a profissão, não me sinto como uma verdadeira jornalista. Ando a procura desse sentimento.


Todos nós temos sonhos. Há quem sonhe ser jogador de futebol, ser estilista, ser astronauta, eu sonho em ser Jornalista! Uns mais fáceis de concretizar que outros, mas isso não interessa. O que realmente interessa, é que todos nós, sem excepção...sonhamos!!
Já se passaram muitos anos que ando a procura do meu sonho, já andei meio caminho, mas este ainda mantém -se longo...ou não!
Cada dia que passa, depois da batalha diária e cansativa, sigo em frente e não olho para trás, pronto para aceitar os desafios do dia seguinte. Pois acredito que cada novo dia é melhor do que o que passou, afinal de contas é um novo dia, repleto de novos desafios e oportunidades.
Encaro sempre um novo amanhecer com a cabeça erguida e com um sorriso nos lábios, tendo sempre esperanças que as coisas vão correr bem. Ao fim da tarde, depois de batalhar e sem obter resultados positivos, por vezes perco a fé. É frustrante para mim, quando oiço um não,  depois de uma entrevista, ou pior ainda, quando entrego um Curriculum Vitae e com toda a simpatia do Mundo, respondem -me para aguardar e depois não dizem nada!
Tenho mil e uma coisas que gostaria de concretizar...mas não tem sido fácil.
Apesar destas controversas todas, continuo a acreditar que um dia, essa nuvem carregada vai desaparecer, e ai sim, o sol vai brilhar sobre mim.
Por acreditar no meu sonho, que continuo a lutar, a tentar, mesmo sabendo que a resposta pode ser negativa, e mais importante que tudo, faça chuva ou faça sol, não desisto de lutar por aquilo que mais desejo neste momento! Ser jornalista!! Exercer a profissão!!
Nem sempre é fácil. Chego a uma dada altura em que só apetece desistir. Mas a força de vontade que tenho é maior que tudo! Por isso desistir não faz parte de mim.
Pode demorar, vou caíndo e levantando, mas um dia meus amigos, um dia hei -de cantar e bem alto Vitória! Vitória!
A esperança é a última a morrer, por isso acredito!
Eu sou da opinião de que só existem dois dias no ano, em que nada pode ser feito. Um se chama Ontem e Amanhã, portanto hoje é o dia certo para acreditar.

Ao fim de tudo, tento ouvir a voz da esperança, que me diz que ainda há solução!

Margarida Urolis




terça-feira, 2 de dezembro de 2014

O Sem - Abrigo




Já estamos quase no Natal e já se começa a ver publicidade e anúncios relacionados com esta época.  Natal é altura de uniao, paz, família...Mas há pessoas que pelo sim ou pelo não, passam o Natal sozinhas e por vezes ao frio: OS SEM ABRIGO!!


A vida dá muitas voltas e por vezes acontecem coisas que nunca desejamos para o nosso futuro, o exemplo disso, são os Sem - Abrigo.Tal como toda a gente nasceram ou num hospital ou numa casa. Viveram no conforto de uma casa! De certeza que quando viviam nesse conforto nunca lhes passou pela cabeça que algum dia iriam passar a viver na rua, sem o conforto ao qual estavam habituados. Sentem- se de certeza sozinhos e desamparados. Se tiverem alguma sorte, recebem um cêntimo ou outro de pessoas que por eles passam, ou mesmo uma refeição quente ou fria, consoante à estação do ano! Ponho me a pensar o porque de as coisas serem assim  só para alguns! Enfim, são coisas da vida, que infelizmente temos que viver com elas. Nesta altura do frio, como aguentará um Sem - Abrigo à estas condições atmosféricas? Não sei! Só sei que é doloroso vê- los ao frio e provavelmente à fome!  Pessoas que tinham tudo! Amor, família, casa, e de um momento para outro viram - se obrigados a viver onde vivem hoje, na rua! Os Sem - Abrigo, passam fome, passam frio, são descriminados, passam várias dificuldades, enquanto tentam assim de algum modo sobreviver à essa vida árdua à qual foram obrigados a viver. Enquanto as pessoas "normais" estão no quentinho das suas casas, recebendo amor da família, vendo televisão, os Sem - Abrigo, por sua vez, encontram - se tapados com um bocado de cartão a levar com o frio desde manhã indo pela madrugada dentro.  
Pois é, estamos na época natalícia, e é nesta altura que muitos deles recebem algum carinho, vindo de pessoas, que nem sequer têm qualquer tipo de relação com eles. Passamos por eles, olhamos, por vezes ajuda - se, outras não.
Não pediram para ir viver na rua, por um motivo ou outro foram lá parar!

Amigos e amigas, já que estamos numa onda de união, paz e amor, que tal levar uma tigelinha de refeição quente e pão a um Sem-Abrigo? Para nós pode não fazer grande diferença, mas para eles com certeza que fará!

Um pouco de amor ao próximo, nunca fez e nunca fará mal à ninguém!!!

Sejamos solidários!!


Margarida Urolis

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Namoro moderno


Olá pessoal, pelo título, penso que já entenderam  o tema de hoje. Não fiquem à espera da próxima onda, apanhem já esta e venham daí saber à minha opinião sobre este tema! Ah deixem - me também a vossa opinião :)

Antigamente namorar era no sofá da sala à vista dos pais. A moça tinha as horas marcadas para voltar do baile, para onde só podia ir se fosse acompanhada por um irmão mais velho. O beijo, em muitos casos só acontecia depois do casamento. Este por sua vez, deixou de ser obrigatário, tirando alguns países islâmicos, pode - se dizer que já não somos obrigados a respeitar as regras religiosas para esse acto.
 Cada um é livre, tem o direito de escolher a sua alma gemea, com quem quer passar o resto da sua vida.
Os anos foram passando e com eles também foram as tradições e os costumes. As coisas já não são como dantes!
Hoje em dia a moça é livre ( como disse a pouco, tirando alguns países islâmicos). Beija na rua, no sofá em frente ou não dos pais e não precisa de esperar para o dia seguinte do casamento para o fazer. Vai à discoteca a hora que quer e volta quando bem lhe der na tola. E com isto tudo e mais alguma coisa, na minha opinião,  ficou tão fácil para qualquer homem ter uma mulher. Ele não precisa de lutar muito para conquistá-la. Aqueles telefonemas que duravam horas a fios acabaram-se, ele levá-la ao cinema, o café da manhã ou até mesmo mandá-la flores,  as cartas de amor, toda essa magia do amor já não ou quase não se vive nos dias que correm. As redes sociais acabaram ou estão a acabar com o romance à moda antiga. Não quero com isto, dizer que, devemos  voltar ao tempo das nossas avós.  Até porque, como disse a pouco, os tempos  mudaram, mas vamos deixá -los serem cavalheiros, vamo - nos deixar conquistar, sentirmos que somos desejadas, vamo- nos sentir a última bolacha do pacote,  ehhehe :p .
Vejo coisas nas redes sociais que  acho desnecessárias. Meninas,  não precisam de tirar foto e postar no facebook para conquistar homem. Aquelas fotos em que a fulana aparece quase nua. Falando em facebook, Acho engraçado quando reparo que a "Mina" publica numa semana que está num relacionamento sério", depois de uma semana "passou de um relacionamento sério para solteira".  Na vossa opinião, porque é que isso acontece? Será que é por medo de ficarem sozinhas? Ou porque simplesmente trocam de amor por promicuidade? Sera à aparência? O trauma? Bem cada um tem a sua opinião sobre o assunto. Para mim, os namoros modernos não duram muito porque as pessoas não levam muito à sério os seus sentimentos.
Enfim, cada um é diferente de cada qual!!
O importante aqui é ser - se feliz e valorizar -se mais :)!

Margarida Urolis

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Oh! Tenra Idade

Olá amigos e amigas :)

Hoje, nesta tarde de Outono, a conversa vai ser sobre a saudade!
 Bateu me a saudade da minha infância. Saudades daquela altura em que a maior preocupação que ocupava a minha mente era única e exclusivamente , brincar!

Pois é, sinto saudades da minha infância!
Daquela altura em que a minha felicidade  só dependia de mim mesma e de mais ninguém. Saudades de sair a rua descalça, pronta para jogar futebol, fizesse chuva ou sol, pouco me importava as condições atmosféricas, se ia me aleijar ou não, só queria era brincar, só queria era ser feliz!
Sinto falta da minha tenra idade, da aurora da minha vida, da minha infância querida que os anos levaram e não trazem nunca mais! Saudades da idade de poucas ou quase nenhumas preocupações.
" A saudade é uma estrada longa"!
Tenho saudades de brincar às escondidas no quintal do avô com os manos.
 Oh Guiné! Tenho - Te na mente e Te guardo no peito com esperança de um dia regressar ao meu berço, ao meu ninho, e se me Permitires, matar saudades daquilo que um dia fora "obrigada" a abandonar.
Tenho saudades da minha escola de palha ( feita por nós, alunos), saudades de carregar meu banco para a escola. Sim sim, cada um tinha o seu banco. Carregava -o de casa á escola e vice-versa. Saudades do professor que me ensinou o be-a-bá, da minha colega de mesa Marisa. Onde andará ela? E o meu amor de infância? Oh saudade!
Tenho saudades da altura em que fui nomeada delegada de turma.
 Começaram a surgir pequenas responsabilidades que me davam gozo. Como delegada de turma tinha como tarefa andar com um pente no bolso da minha longa e branca bata! Um pente!! Ai do fulano ou da fulana que me aparecesse dentro da sala de aulas sem o cabelo devidamente apresentavél! Eu optei por cortar o meu, para não correr o risco de ser penteada pelo professor. Eheheh O Mundo é dos espertos! Oh saudade!
Eu era feliz e não sabia!

Margarida Urolis

terça-feira, 11 de novembro de 2014

A preguiça




Minha gente vamos conversar sobre uma coisa: serei eu a única, neste mundo, que às vezes ( ou melhor na maioria das vezes) que acorda sem vontade de fazer nada? Só apetece mesmo estar no bem bom, ali deitada em cima da minha cama? Hum não acredito que seja a única...a ver vamos!!!

Sim, há dias da minha vida em que acordo com a maior das calmas e a menor vontade de sair da minha cama. Apetece -me ficar ali deitada na ronha, no quentinho dos lençóis, a olhar para o teto e a tentar apagar qualquer pensamento que queira se apodera da minha mente. Não me apetece fazer nada, nem vontade de levantar para comer tenho. A tal vontade que deveria ter, esconde-se em baixo dos lençóis sem querer sair de lá por nada deste Mundo!
Enquanto estou nesse meu mundo de preguiça, a vida lá fora continua, oiço barulho dos cânticos dos pássaros, barulhos dos carros, oiço vozes de pessoas, a ventania que se teima a não parar. As janelas batem como se me fizesse lembrar que a vida existe e que tenho de a dar atenção. Ai preguiça! Porque? Porque eu?
 Bem, se continuar a perguntar o porque do azul ser azul e a ignorar a vida lá fora, vai ser pior para mim. Pois quanto mais a ignoro, ela aparece através de sons, cheiros e afins.

Será mesmo a preguiça a mãe do progresso?? Como? Bem não entendo!! A vontade de fazer algo é pequena. Ou melhor dizendo, é nada. Portanto não entendo que tipo de progresso poderei ter quando ela toma conta de mim!
Há dias assim! Acordo sem vontade nenhuma mesmo!


Margarida Urolis

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Vale ou não a pena emigrar?


Olá amigos,

 Hoje vou escrever sobre emigração, mais uma vez, ao meu entender se vale a pena ou não emigrar, as mudanças que tive, tenho e provavelmente continuarei a ter enquanto emigrante.
Vem daí! :) :)

O sentimento inicial, aquele entusiasmo de mudar de país, de ares, foi normal. Foi uma nova aventura para mim. Se for colocar em cima de uma balança todas as experiências que tive em termos de trabalho ao longo da minha vida, as boas pesam ligeiramente mais que as más. Lembro me perfeitamente, sem querer, do dia em que um fulano ( patrão) fingiu não ouvir a minha pergunta quando o questionei se precisava de empregados para a sua empresa, só porque era estrangeira e andava tal e qual como uma turista, ou talvez por ter cara de miúda, ou talvez por ser de outra cor. Bem, aquilo que percebi foi que preconceito existe em toda a parte do mundo, até no meu país. Mas eu acho isso engraçado. Porque só nos apercebemos disso quando estamos na mesma situação que um emigrante. Há coisas que, não sei se é porque vim de um país com uma base diferente, mas, ver rendas de 450 libras que se paga por um quarto! Absurdo? não é ? É do mesmo preço ou mais caro ainda, que uma casa camarário com 3 quartos, na terra do Camões. Enfim é preciso continuar a lutar mesmo sabendo que o "natal não é todos os dias". As más experiências servem, no meu ponto de vista, para nos tornar mais fortes, servem de lição de vida.Lição essa que nunca teria aprendido se continuasse a viver naquele pais. A grande verdade, é que eu vim para fora para "crescer", e é isso que eu procuro mesmo tendo a incerteza do futuro.
Com estas mudanças todas, tenho vindo a notar que afinal tenho vários tipos de amigos. Como assim? Perguntam vocês.Tenho amigos, que por um motivo, ou por outro, aperceberam se ao fim de alguns anos, que afinal,  não era preciso sair do seu país de origem para cresceram, e tenho outros que encontraram no país Lusitano o reconhecimento que não tinham no seu país natal. Existem muitos e muitos casos que as expectativas que tinham antes de emigrarem, não foram de todo preenchidas. O insucesso, a solidão, foram a origem, dessa falta de preenchimento das expectativas iniciais. Mas claro, para mim, VALE A PENA EMIGRAR!! Boas ou más experiências ajudam- nos a crescer, de uma forma ou de outra. Já ouvi dizer algures que "a experiência é madre das coisas, e por ela sabemos radicalmente a verdade!!  
É complicado isso de se ser emigrante! O que eu acho importante mesmo é cada um ter a plena consciência e certeza daquilo que quer fazer, para a sua vida."Vale sempre a pena se a alma não é pequena", se sentes necessidade de mudança de país , não te deixes dominar pelo medo, pois vale mesmo a pena emigrar.


Margarida Urolis

terça-feira, 28 de outubro de 2014

A suposta Família

Olá amigos,

Hoje decidi escrever sobre a família aqui no blog. Dei comigo a pensar: O que significa a minha família na minha vida e na minha carreira? E para vocês amigos, o que representa a família em vossas vidas?

Bem, é sobre esse tema que vamos falar aqui, aproveitando para vos contar a história da Maria, grande sonhadora de 20 e picos anos. Apanha a onda e continua a ler este post. Importante ressaltar que, no meu ponto de vista, uma família não se resume no modelo clássico de pai / mae, irmão / irmã. Uma família constitui -se de pessoas que convivem e se relacionam e possuem um elo mais forte do que os seus proprios objectivos comuns. Aproveitando a onda, quero agradecer a minha família que me atura noite e dia, pois sem ela, nada faria sentido!
A Maria tal como eu, é uma jovem cheia d sonhos, cheia de ambicões, tinha o sonho de ser actriz. Emigrou para a América do Norte, precisamente na grande cidade de Nova Iorque. Foi viver com os tios e primos, passando assim a ser o "novo" membro da família Carvalho. Fora bem recebida pelos familiares. Ela adorava aquela grande cidade, onde a diversidade linguística era coisa de outro Mundo, razão pela qual decidiu emigrar para a Nova  Iorque. A família Carvalho é constituída por 7 elementos, dois rapazes, três raparigas, o papa e a mãmã. É uma família muito reservada, eram poucas as vezes que se juntavam por exemplo, para jantar, era complicado. Os rapazes passavam tempos a fios a "matar" os seus neurónios com jogos de playstation, ( o que as novas tecnologias fazem à juventude).As donzelas, gastavam o seu precioso tempo, ou a ver novela ou a pintar unhas, ou a fazer outras coisas de meninas. Maria por sua vez, era o oposto desta família. Era uma rapariga extraorvertida, era curiosa. Gostava de sair, de passear, conhecer sítios novos, de conhecer pessoas novas. Não poderia ter escolhido melhor país para tentar fazer vida. Certo dia, decidiu sair, andar sem destino andar sem se preocupar com o tempo, mas a mãmã Carvalho não gostava das saídas da Maria. Começaram então a surgir problemas entre as duas. A jovem sonhadora tinha a sua forma de viver. Foi viver com os tios porque acreditava que as coisas iriam resultar naquele país. Maria começou a notar os comportamentos estranhos de sua tia e perguntou -a se se passava algo.- Não, não se passa nada - disse a tia Carvalho.
- Então porque é que a tia está estranha comigo?
- Olha aqui, Maria eu já te disse que não se passa nada, - respondeu a tia à sobrinha que insistia em saber o que se passava. Depois de várias tentativas da parte da jovem, e não obtendo resposta satisfatória, decidiu retirar -se. Subiu para os seus aposentos, onde chorou a noite toda. Ao fim de alguns dias, a mãmã Carvalho passou a controlar todos os passos que a jovem dava dentro de casa, (só nao a controlava na rua, porque não tinha esse poder), desde o momento que entrava (controlando as horas), a forma como abria a água para tomar banho, a comida que punha no prato...como se de uma criança se tratasse! Emigrou com esperanças de ter uma vida melhor em casa dos titios...mas as coisas não aconteceram como ela idealizou! A mãmã Carvalho começou a medir a água com a qual ela iria tomar banho, começou a controlar quantas vezes a pobre coitada metia roupa na máquina, as saídas..enfim a controlar tudo!!
"Maria para onde vais?", "Maria a que horas voltas?"!! Perguntas do género que a mãmã Carvalho fazia, vezes sem conta, à Maria.
Pois é, caros amigos, isto aconteceu com a Maria, mas podia ter acontecido contigo, comigo, com qualquer pessoa que decidisse emigrar para casa de familiares. As vezes, a família, aquela que deveria ser o nosso suporte, o nosso pilar, é aquela que nos maltrata, nos tenta derrubar! É complicado! Maria, apesar dos obstáculos, não desistiu de lutar, decidiu antes, mudar de país. Fora viver com os irmãos num outro país!
A história de Maria, que acabaram de ler, foi baseada em factos reais.
"não faças aos outros aquilo que não queres que te façam a ti", 

Paz e Amor para todos

 Bem haja


Margarida C. Urolis


terça-feira, 21 de outubro de 2014

Á descoberta do desconhecido


Acabavam de tocar 20horas, significava isto que o telejornal iria para o ar! Como era habitual a essa hora a comida estava pronta, todos se juntavam à volta da grande tigela cheia de arroz, todos prontos a comer e a escutar o que se passava em Portugal e no Mundo.
Entre colheradas, risadas e olhares atentos ao o que se passa dentro e fora do país que nos acolhera em meados do ano de 1998 vimos uma reportagem, na qual me identifiquei do início ao fim da mesma. Ouvi e vi pessoas que, que por razões de forca maior foram obrigadas a emigrar. Deixaram tal como deixei a minha terra Natal ( Guiné - Bissau) para trás, o país que lhes viu nascer e crescer, deixaram a família, os amigos, os animais de estimacao, e tudo ao que estavam habituadas, deixaram para trás um bocadinho ou melhor, dizendo, metade delas.
Identifiquei me muitas vezes no que estas pessoas diziam, "vou ter de emigrar porque nao tenho condições de vida". Cada abraco de despedida dado a um ente querido, cada lágrima derramada, lembrava me na hora que tinha que despedir da minha família e amigos, da minha escola e professores...até do meu galo! De um galo?- Perguntavam voces-Sim tinha um galo, pertencia me! Foi me dado pelo meu pai! infelizmente, ao fim de 2 anos, da minha vinda para a Europa, o meu querido galo foi morto pelos mais velhos da minha aldeia.
Em busca de uma vida melhor, tive que passar por isso e muito mais. A verdade é que quem nunca passou por isto, nunca vai perceber o quão importante e desejoso é ter a família por perto. São "obrigadas" a embarcar, muitas vezes, rumo ao desconhecido, a "navegar por mares nunca antes navegados", arriscando suas proprias vidas em busca do desconhecido, daquilo que no seu pais não têm acesso. Partem para longe , por vezes, onde tudo é diferente daquilo a que estavam habituados.
Na minha chegada a lisboa deparei me com inúmeras coisas diferentes. A cultura, as pessoas, o idioma, as casas, as estradas...tudo, tudo era diferente! Confesso que nao foi nada mas nada facil adaptar me a um "novo" mundo que me esperava descobrir, mas ao longo dos anos com a ajuda de muita boa gente lá consegui, aos poucos, adaptar me a esta nova cultura, a este novo idioma a estas novas pessoas, enfim a este novo desafio! Passaram se uns bons 15 anos, enfrentei batalhas, ultrapassei obstáculos, das setes vezes que caí levantei me na oitava e venci! Consegui ser a primeira mulher da minha familia a terminar uma licenciatura!
Pela primeira vez imigrei!!
Imigrei de Lisboa para Portalegre. Cidade onde á primeira estranha- se tudo depois entranha -se! Mais uma vez tudo era novo, mas o "novo" aqui nao tinha grande dimensão, como na minha viagem Guiné - Portugal. Ai Portalegre! Cidade que me acolheu durante três anos de curso, cidade dos amores!
Fiz grandes amizades, amizades que levo comigo para o resto da vida. Fiz parte de uma grande família académica que é a Tuna Papasmisto. Familia esta que agradeço do fundo do meu coracao por todos os bons e maus momentos! Uma vez Tuno, Tuno para Sempre! Ai Portalegre! Três anos se passaram, agora sim ia começar o verdadeiro significado da palavra EMIGRANTE para mim. Sim porque, antes tinha a familia por perto e tinha sempre um ombro amigo sempre que necessitasse.
Meados de Julho, 2013, ja com a licenciatura feita, sem filhos, sem nada que me "prendesse" decidi aventurar me, nao no sentido da palavra, decidi "navegar por mares desconhecidos" . Pois bem, Inglaterra foi o meu destino!!
"Oh meu Deus, Ingles? Chicken and Chips? Frio?" -pensava eu. No meio de receios, de muitos pensamentos ( se as coisas iriamm correr bem ou não), ao fim de um mês, decidi fazer as malas e fui em busca do meu sonho. Na minha chegada à Londres, fui recebida com chuva , trovoada e frio! -nao sei se aguento a isto!-pensei eu no momento. E mais uma vez, estava perante uma cultura , uma lingua, um clima, as pessoas...oh meu Deus tudo completamente diferente, ao o que estava habituada!! O pior de tudo é quando se chega a um país novo, ter de aprender o idioma, o que implica, por vezes, ir às aulas duas vezes por semana onde durante 2 horas e 30 minutos vai se aprendendo a língua do país. Duas vezes por semana!! Hum uma semana tem 5 dias utéis! Se se vai a escola em dois, o que fazia eu nos três dias restantes?? Pois bem..era um tédio. Tive de aprender a preencher os meus dias claros, digamos assim! Passaram -se meses fui me adaptando, arranjei um trabalhinho! Iupiii ja tinha como ocupar os dias em que não fazia nada.  Mas as saudades da familia, dos amigos, até do meu galo ( :( que os mais velhos decidiram fazer para o seu banquete) tinha saudades!!
Ser emigrante, como muita gente pensa, nao é sinónimo de luxo, para se ter esse luxo e preciso passar por muito meus amigos!! Quando decidi mudar de pais, é porque queria mudar a minha vida. Custou me deixar para trás familiares e amigos, o espaco a que estava habituada.
  A saudade era a minha companhia de todas as manhãs, de todas as tardes..de todas as noites. Depois de ter conseguido o tal trabalho, a motivação e força que tinha para enfrentar cada novo dia, era diferente... era grande!! Mas faltava me sempre algo, não me sentia completa.
Sentia falta do carinho da minha familia, dos meus amigos, sentia falta do meu espaco, mas sim, já alguém dissera que "a vida nem sempre nos sorri, " que "o sol não brilha todos os dias". Ah pois! A vida de emigrante nao é, de todo, uma vida fácil, está muito longe disso.
Por vezes, ela é madrasta, é rude, obriga-nos a tomar decisões, fáceis e outras complicadas, mas não temos como fugir delas, quer queiramos, quer não...é preciso tomá-las.


Dance